Artigos / Eventos · 13 de outubro de 2023

Rememorando a estréia do Distant Worlds no Brasil

Não há como começar esse texto sem dizer que a estréia de Distant Worlds no Brasil foi uma noite que os fãs vão guardar com muito carinho na memória. O concerto Distant Worlds nasceu em 2007 como parte das celebrações de 20 anos de Final Fantasy e agora, 15 anos depois finalmente chegou ao Brasil em parceira com a Cine in Concert.

Nossa cobertura porém, começou mais cedo naquele dia pois assistimos ao ensaio aberto da Orquestra Villa Lobos com a regência do próprio Arnie Roth – a quem tivemos a honra de entrevistar. Desde o ensaio ficou claro de que seria uma noite incrível e que Arnie é extremamente perfeccionista, fazendo pequenos ajustes em cada passagem. Confesso que já no ensaio de algumas músicas como Apocalypse Noctis de FINAL FANTASY XV me deixaram com os cabelinho do braço arrepiados e extremamente empolgado para o que viria à noite.

Arnie Roth – que está a frente do Distant Worlds desde a sua criação, veio pessoalmente ao Brasil para ser o maestro desta apresentação

No ensaio também encontramos com o nosso amigo e futuro colunista da Final Fantasy Brasil, o Pedro Anacleto do projeto O Chocobo Gordo, que aproveitou a oportunidade para distribuir 250 mini chocobinhos – que o rapaz mesmo confeccionou, para divulgar sobre a causa de neurodiversidade. Não esqueçam de seguir as redes dele para saber mais sobre este projeto incrível!

Pedro fala no Chocobo Gordo sobre Final Fantasy e autismo. Os chocobinhos são de diferentes cores para representar a neurodiversidade.

Bom, chegada a noite fomos para o local do evento e ele estava completamente LOTADO, refletindo o tamanho da expectativa dos fãs. Havia uma loja com produtos oficiais como trilhas sonoras dos jogos, discos de vinil e cds do próprio Distant Worlds, pelúcias e merchandising como bonés e camisas. Porém, para chegar até eles você precisa encarar uma fila gigantesca e quem sabe até mesmo acabar perdendo a execução de algumas músicas.

A convite da Cine in Concert nós assistimos a estréia do concerto em São Paulo no Espaço Unimed, que estava completamente lotado

Pulando para o concerto em si, ele não poderia ter começado de outra forma se não com a música Prelude e sua suave melodia clássoca que todos nós já ouvimos em algum momento. Logo em seguida e para grande surpresa já fomos brindados com Liberi Fatalli de Final Fantasy VIII e foi simplesmente fantástico. Neste momento já ficou bem claro a diferença que a presença de um coral faz às músicas visto que estava acostumado apenas com concertos de piano como o Piano Opera e o Crystalline Resonance.

Nada contra os concertos apenas de piano, mas a inclusão de um coral junto com a orquestra deu um impacto ainda maior as músicas ao vivo.

Neste momento o maestro Arnie fez uma pausa para finalmente conversar um pouco com o público. Ele trouxe para atenção o fato de que além da série Final Fantasy estar completando 35 anos, também era o momento de celebração de 15 anos do concerto Distant Worlds. Ele relembrou como construiu uma amizade com o compositor da série Nobuo Uematsu e pediu que celebrarmos o trabalho do grande mestre. Logo em seguida ele apresentou as músicas que comporiam o próximo bloco, mas antes de começar eles executaram o Victory Fanfare que aqui recebeu adição da participação do coral – o que não estava presente na versão original. Talvez uma alusão à fanfarra de Final Fantasy XVI?

Arnie se revelou muito simpático e a cada par de músicas parava para conversar com o público e apresentar as próximas canções

As próximas músicas foram Aerith’s Theme de Final Fantasy VII e Blinded by Light de Final Fantasy XIII -duas músicas muito estimadas pelos fãs dos respectivos jogos. Esta foi a única música de Final Fantasy XIII do concerto – por outro lado, de Final Fantasy VII houve um setlist recheado. A cada sequência de músicas o maestro fazia uma pausa para conversar com o público e apresentar as próximas músicas, dinâmica que se repetiu até o final do concerto.

As próximas músicas foram Roses of May de Final Fantasy IX (para surpresa de muitos que talvez esperavam músicas mais óbvias como Vamo Alla Flamenco) e Triumph de Final Fantasy XIV para lembrar a todos que Masayoshi Soken hoje em dia é um dos maiores compositores da série e não deve em nada ao rico trabalho de Uematsu. Também mais um belo trabalho do coral da Orquestra Villa Lobos.

Para o próximo bloco fomos levados pela encantadora melodia de Balamb Garden de Final Fantasy VIII – e aqui Arnie nos revelou uma curiosidade: Há muitos anos que ele já queria ter adicionado a música ao rol do concerto mas a Square Enix havia perdido as partituras originais da música! Por causa disto o time do Distant Worlds teve que fazer uma nova partitura de ouvido, baseada na música original.

A segunda música desse bloco foi a caótica Apocalypse Noctis de Final Fantasy XV que colocou o Coral da Villa Lobos à prova. E não podemos deixar de citar que assim também foi introduzida outra compositora incrível que é a Yoko Shimomura. Não sei vocês mas eu adoraria ver ela criando composições para um novo Final Fantasy.

Apocalypse Noctis foi a escolhida para representar a trilha sonora impecável de Yoko Shimomura. Arnie revelou que ela participou presencialmente de algumas edições do concerto.

A próxima música foi totalmente inusitada: Stand Up de Final Fantasy VII Remake, com direito à Cloud dançando no telão e colocando o vestido para se infiltrar na mansão de Don Corneo. Logo depois dela foi executada um divertidíssimo medley das músicas tema dos nossos queridos amigos emplumados, o Chocobo Medley que contém versões da música de vários jogos e foi criado para o aniversário de 25 anos da série.

No próximo bloco, mais música de Final Fantasy VII Remake com Those Chose by the Planet – Destiny Comes, música para Sephiroth nenhum colocar defeito e que funciona também como um pequeno medley das músicas de FFVII. Falando em medley a próxima faixa veio de Final Fantasy VI, sendo uma combinação de Phantom Forest – Phantom Train – the Veldt – com direito a suplex no trem no telão.

A seguir mais um bloco pesadíssimo com outra favorita dos fãs, Zanarkand de Final Fantasy X e Cosmo Canyon de Final Fantasy VII – sim, eu avisei que o setlist estava recheado de músicas do VII. Aqui já estavamos caminhando para as últimas músicas do concerto, passou voando.

Zanarkand foi a música escolhida para representar FFX. Em algumas edições do Distant Worlds a escolhida é Suteki da Ne, com a presença da cantora Rikki. Quem sabe em uma próxima, né?

Agora só faltavam 5 músicas e voltamos à Final Fantasy XIV com a música Invencible da expansão Shadowbringers. Se vocês não jogam FFXIV pelo menos façam o favor a si mesmos e escutem esta música, mais um trabalho incrível de Masayoshi Soken e ficou brilhante no concerto com a participação do Coral. Depois dela, fomos de Not Alone de Final Fantasy IX para tirar lágrimas até de quem tem o coração mais duro.

As duas músicas que encerrariam o bloco final não poderiam ser mais clássicas: o incrível Final Fantasy I-VI Battle Medley com as músicas tema de combate do primeiro Final Fantasy até Final Fantasy VI. Esta música está no recém lançado sexto álbum do Distant Worlds. Por fim, terminamos com o tema principal de Final Fantasy, poético como deveria ser. No telão subiam os créditos e no coração aquele aperto por estar chegando ao fim.

Arnie, a Orquestra Sinfônica Villa Lobos e o seu coral realizaram um concerto incrível. No final, um agradecimento aos fãs que puderam ir apreciar.

Ué, mas você não disse que faltavam 5 músicas? Só foram 4! Mas é claro que ainda faltava AQUELA MÚSICA, não é meus amigos? O Encore do concerto foi com One Winged Angel de Final Fantasy VII, a música que qualquer fã de Final Fantasy sonha em ver orquestrada ao vivo.

O maestro Arnie Roth convidou os fãs à participarem junto e se tornar o maior coral de todos os tempos, com direito a ensaio com o público para o momento certo de exclarmar “Sephiroth!”. Foi simplesmente fantástico e um momento inesquecível para os presentes.

O encerramento só poderia ser com One Winged Angel. O convite para participação do público foi o toque especial.

Encerrado o concerto e o público de alma lavada aplaudiu de pé por mais de 5 minutos o maestro Arnie Roth e a Orquesta Sinfônica Villa Lobos. Um misto de sonho realizado e êxtase por estar participando da estréia de um concerto que aguardamos por longos 15 anos.

Com certeza uma noite especial, uma oportunidade de se reunir com tantos fãs de Final Fantasy em um mesmo espaço e desfrutar de uma das coisas que a série NUNCA erra, que é sua incrível trilha sonora. Esperamos que você tenha tido a oportunidade de ir, encontrar amigos, conhecer pessoas novas e que se não pode, que você tenha uma oportunidade em breve.

Ficam os nossos agredecimentos à Cine in Concert pela confiança e parceria nestes meses em que trabalhamos juntos na divulgação e cobertura do concerto, esperamos que o Distant Worlds retorne em breve ao Brasil!