Com o lançamento de sua segunda DLC – The Rising Tide (A Maré Crescente em terra brasilis), chegamos ao fim dos conteúdos planejados para FINAL FANTASY XVI. A premissa para esta DLC gira em torno de uma carta misteriosa que chega ao esconderijo de Clive, solicitando ajuda para resgatar o dominante do Eikon perdido, Leviatã. Está será uma análise sem spoilers.
O conteúdo foi lançado em 18/04, uma janela interessante porque muitos jogadores já finalizaram as suas jornadas em Final Fantasy VII Rebirth e podem retornar para Valisthea para esta última aventura de Clive e seus companheiros. Também é antes do lançamento da próxima grande expansão de Final Fantasy XIV: Dawntrail que chega no segundo semestre.
The Rising Tide brinda o jogador com talvez algumas das vistas mais impressionantes do jogo e quiça de toda a série. Todos os cenários da nova região parecem ter sido cuidadosamente desenhados para deixar o jogador boquiaberto. A cada nova esquina virada na tortuosa escalada da montanha que leva do litoral até Mysidia, uma nova vista impressionante – em especial a gigantesca onda congelada no tempo que víamos com desconfiança do Rincão Setentrional desde o jogo base. Vale citar que por decisões de roteiro, os céus desta região estão limpos e azuis, sem a influência da Primogesis de Ultima.
A trilha sonora também continua SENSACIONAL, inclusive resgatando uma música que foi utilizada no primeiro trailer de FINAL FANTASY XVI, o Awakening – mas que acabou não entrando no jogo base. O compositor Masayoshi Soken pediu aos jogadores que joguem com o volume no máximo!
Nesta aventura você é apresentado a uma nova personagem, a guerreira Shula, que é uma liderança na pacífica comunidade de Mysidia. Ao saber dos feitos de Clive em lidar com Eikons, ela decide pedir sua ajuda e o leva para conhecer o seu povo e sua história, que estão intimamente ligados ao Eikon da Água, Leviatã. Clive, Jill, Joshua e Torgal embarcam na missão e descobrem que o povo de Mysidia na verdade são remanescentes de um dos povos do Norte que as lendas diziam já estar extintos – junto com o Eikon da Água.
Os desdobramentos desta história são bem ricos e profundos, mas não vamos entrar em detalhes para não dar spoilers da história. Havia inclusive uma promessa de que essa ligação com o povo do Norte serviria para aprofundar um pouco mais o passado de Jill. Bom, pelo menos era isso que estávamos esperando.
Já aproveitando para tirar o elefante branco da sala, este talvez seja o ponto baixo de The Rising Tide: uma promessa de desenvolvimento maior para Jill, mas que ficou apenas na “superfície”. Aqui havia a oportunidade perfeita para colocarem Jill no papel de liderança, contar mais sobre seu passado e quem sabe interligar diretamente acontecimentos deste arco com a história da personagem, mas faltou coragem ao time e mais uma vez Clive está a frente do desenrolar da história e dos principais acontecimentos.
Algumas revelações importantes inclusive acontecem sem a presença de Jill, porque o jogo decide que em alguns momentos é melhor que o grupo seja composto apenas por Clive, Shula e Torgal. Foi uma grande oportunidade perdida, mas felizmente a história de The Rising Tide é muito boa e vai deixar você envolvido até o final.
Falando sobre conteúdo, esta segunda expansão é bem mais generosa do que a anterior – Echoes of the Fallen. Se a primeira decepcionou em questão de duração e parece apenas uma sidequest um pouco mais elaborada, aqui temos uma boa quantidade de quests de histórias, sidequests e novas habilidades para Clive. Você receberá relativamente cedo os poderes do Eikon Leviatã, e que logo se provam úteis porque são ataques focados em longa distância – excelentes para combater a nova ameaça dos Tonberries. Bom, se você é veterano de Final Fantasy sabe que não é uma boa ideia deixar um Tonberry chegar perto de você.
Uma outra promessa para esta DLC – e esta sim foi cumprida, é de que os desafios seriam bem maiores por ser o “último conteúdo” liberado para Final Fantasy XVI. As batalhas aqui são realmente mais difíceis do que as do jogo base e todos os chefes que encontramos são desafiadores, especialmente Thalos em Aire das Horas, o famigerado Tonberry King em um arco das sidequests e claro, nosso embate final com Leviatã.
Esta última com certeza merece um parágrafo só para ela por ser uma luta tão incrível quanto todas as outras batalhas de Eikons – que são os momentos mais marcantes do jogo principal. A luta acontece em várias etapas, inclusive uma de chorar com um DPS check altíssimo onde se você não conseguir causar dano suficiente a Leviatã, ela ira invocar seu poderoso ataque Tsunami e destruir toda Mysida. Uma batalha de – com o perdão do trocadilho, tirar o fôlego.
Ao concluir a nova história, você pode retornar ao seu esconderijo para desbloquear um novo modo de jogo chamando Portão de Kairos, que funciona QUASE como um roguelite, onde você tem que enfrentar uma série de estágios e comprando pequenos upgrades para Clive que duram apenas alguns rounds. Você deve completar 20 estágios sem morrer ou então perde seu progresso e tem que começar tudo novamente. Cada estágio concluído tem recompensas interessantes, incluindo novas versões das armas Eikonicas que você liberou durante a campanha principal.
E vale lembrar que não é só o Portão de Kairos que é liberado ao visitar a Pedra de Areté ao encerrar a história do DLC, tem um último presente para os jogadores lá.
Somando a história principal, missões secundárias, novas habilidades desbloqueadas e o Portão de Kairos, fica a impressão de que é uma boa quantidade de conteúdo para uma DLC. Porém, sabendo que talvez este seja último conteúdo que vamos aproveitar neste jogo, fica a vontade de que eles tivessem incluído mais coisas, como por exemplo novas caçadas nos mapas antigos de Valisthea, novas roupas para desbloquear para os personagens ou quem sabe é até um final alternativo para a história – o que era a esperança de alguns jogadores.
Para concluir, quando você terminar os arcos de história de Echoes of the Fallen e The Rising Tide, irá desbloquear uma última missão epílogo. Quando o diretor da DLC citou isto, alguns jogadores pensaram se tratar de um novo final para o jogo ou um desfecho conclusivo para a história de Clive, porém o epílogo é referente aos acontecimentos das duas DLCs e não muda os acontecimentos do final do jogo.
É uma quest bem bonita e olhares atentos podem encontrar um certo foreshadowing com acontecimentos do fim do jogo, mas vou ficar por aqui para não entrar no terreno dos spoilers.
Em resumo, The Rising Tide é imperdível para quem jogou e curtiu FINAL FANTASY XVI. É uma bela forma de se despedir de Valisthea, seus personagens e contos, apesar de deixar no ar aquele gostinho de que ainda poderia render muitas histórias e mais desenvolvimento de personagens neste universo.
Quem sabe o que o futuro nos reserva, não é mesmo?
Pai do Klaus e da Chloe, Produtor Audiovisual, Designer e Fotógrafo nas horas vagas. • ele/dele – Cobrindo notícias de Final Fantasy desde a época que a internet era tudo mato.