Final Fantasy V, quinto título da franquia Final Fantasy foi lançado originalmente para Super Famicom em 6 de dezembro de 1992. Assim como aconteceu com Final Fantasy III, a sua primeira versão não teve lançamento no ocidente, ficando restrito ao público japonês por muitos anos.
Mas por muito pouco o jogo não foi lançado no ocidente como Final Fantasy III, porém a Square acabou desistindo da ideia porque o considerava muito difícil para os jogadores mais casuais. Pensou-se até em lançá-lo com outro nome não relacionado à Final Fantasy ou como Final Fantasy Extreme – para denotar o desafio, mas estas ideias também foram descartadas porque eles julgaram que os gráficos do jogo já estavam defasados em relação ao Final Fantasy VI – este sim acabou sendo lançado como Final Fantasy III.
A direção do quinto capítulo continuou sob responsabilidade do Hironobu Sakaguchi, porém o trabalho de cuidar da história foi dividido com Yoshinori Kitase. Kitase deveria trazer um pouco de humor e leveza para o jogo, contrastando com o roteito mais sério criado por Sakaguchi. Estas doses de humor foram se tornando recorrentes na série a partir daqui. O design de monstros ficou sob responsabilidade de Tetsuya Nomura – que a essa altura ainda era um novato e a trilha sonora, mais uma vez, ficou à trabalho do Nobuo Uematsu. Hiroyuki Ito aperfeiçoou o sistema Active Time Battle – ATB que ele criou em Final Fantasy IV, adicionando a nossa querida “barrinha” que mostrava a velocidade dos turnos. Ito trabalhou junto com Akihiko Matsui para aperfeiçoar o sistema de Jobs que havia aparecido pela primeira vez em Final Fantasy III.
O sistema de jobs ou classes é parte fundamental do jogo e permite customizar os 4 personagens da sua party livremente. Conforme você avança na história, novos jobs são habilitados, sendo 22 classes no total na versão original. Além do XP normal para subir o nível dos personagens, existem também os Ability Points para evoluir as classes. O sistema era tão completo que permitia criar combinações entre as classes aprendidas pelo personagem. Este sistema foi tão apreciado que suas bases foram replicadas em alguns títulos futuros da série como Final Fantasy Tactics, Final Fantasy X-2, Final Fantasy XI, dentre outros.
Além do sistema de jobs reformulado – que trouxe jobs marcantes que se tornaram recorrentes como o Blue Mage, outra adição notável do jogo foi a criação do personagem Gilgamesh – que se tornou uma figura recorrente em vários jogos da série. Diferente de outros personagens recorrentes como Cid, que são pessoas diferentes em cada jogo, é deixado a entender que Gilgamesh é um ávido colecionador de espadas que consegue viajar através do Rift interdimensional e assim chegar ao universo de outros jogos. Alguns jogos porém, tem sua própria versão original de Gilgamesh como Final Fantasy XV.
Apenas em 1999 o jogo chegou ao ocidente, como um port para o Playstation e parte da coletânea Final Fantasy Anthology, acompanhado de Final Fantasy VI. Assim como os outros ports do SNES para o Playstation, esta versão trouxe algumas cenas em CGI para abertura e encerramento do jogo, porém a sua tradução costuma ser criticada por ter diferenças no script como adicionar um sotaque cafona de pirata para a personagem Faris. Também houve a mudança no nome de alguns personagens como o próprio protagonista Bartz Klauser – que no original se chama Butz. Em 2006 o jogo foi relançado para Gameboy Advance com conteúdo adicional como novas dungeons, 4 jobs adicionais, bestiário e também uma nova tradução.
Apesar de não ser considerado um remake, em 2013 o jogo foi refeito para ser lançado nas plataformas Android e iOS. Os gráficos foram redesenhados por Kazuko Shibuya – a artista que fez os sprites dos jogos clássicos da série, porém agora com um visual menos pixelado e personagens mais alongados e definidos. Esta versão também trás retratos ilustrados para os personagens nos diálogos e os conteúdos extras que foram adicionados no GameBoy Advance. Esta versão posteriormente foi lançada para no PC via Steam.
Porém as mudanças gráficas não agradaram à todos e em 2021 esta versão foi retirada das lojas virtuais e substituída pela versão Final Fantasy V Pixel Remaster, que também teve os sprites recriados por Shibuya, porém mais fiéis ao material original. A versão Pixel Remaster porém, não trás consigo os extras da versão Gameboy Advance ou da versão Mobile apesar de trazer diversas melhorias de qualidade de vida ao título.
Uma curiosidade é que o jogo recebeu uma continuação para a sua história no anime Final Fantasy: The Legend of the Crystals. A história se passa 200 anos depois dos acontecimentos de Final Fantasy V com descendentes dos personagens originais. O Anime foi feito pelo prestigiado estúdio MADHOUSE e foi lançando em 1994 no Japão, chegando ao ocidente 4 anos depois. No Japão o anime se chamava apenas “Final Fantasy” e foi a primeira série animada da franquia.
Ficha Técnica
LANÇAMENTO ORIGINAL | PLATAFORMAS | METACRITIC |
06 de Dezembro, 1992 30 de Setembro, 1999 | Super Nintendo; Sony Playstation; Sony Playstation 4; Gameboy Advance; Nintendo Switch; Steam PC; Android e iOS. |
Introdução da história
O jogo segue a história de um andarilho chamado Bartz que, ao investigar a queda de um meteoro, encontra vários outros personagens que revelam os perigos que os quatro cristais que controlam os elementos do mundo estão enfrentando. Esses cristais servem como selo de Exdeath, um diabólico mago. Bartz e seus companheiros partem para impedir que os cristais sejam explorados pela influência de Exdeath e que ele ressurja.