Final Fantasy IV foi lançado em 19 de julho de 1991 para o Super Famicom, conhecido por nós como Super Nintendo. Em 23 de novembro do mesmo ano, em um movimento ousado da Square, o jogo foi lançado no ocidente, porém com o nome de Final Fantasy II, visto que ela achou melhor apostar as suas fichas neste jogo e cancelou os ports de Final Fantasy II e III do Nintendo 8-bits.

Assim como os 3 jogos anteriores, Final Fantasy IV mantinha o core do time de produção da série, com direção de Hironobu Sakaguchi, trilha sonora de Nobuo Uematsu e arte por Yoshitaka Amano. Uma grande mudança porém, foi a saída de Hiromichi Tanaka como game designer e a chegada de Takashi Tokita. Tanaka pensava que era hora da série abandonar o combate por menus de comando e como as ideias dele não se alinharam com o jogo, ele acabou saindo para outro projeto da empresa: Secret of Mana.

O combate entretanto acabou nas mãos de Hiroyuki Itou que criou o Active Time Battle, mais comumente chamado de ATB e que acabou tornando-se o sistema de turnos mais recorrente da série – a nossa querida “barrinha” que dita a velocidade de ação de cada personagem, apesar de que a mesma não era visível nas primeiras versões de FFIV. Itou disse que teve a ideia para o sistema ao observar uma corrida de Fórmula 1 e a diferente velocidade entre os pilotos. O sistema foi considerado revolucionário porque tornava as batalhas mais dinâmicas: os inimigos não ficavam indefinidamente parados aguardando o jogador tomar alguma ação e isso o fazia ter que tomar decisões mais rápidamente.
Uma outra novidade foi que neste jogo você poderia controlar 5 personagens ao mesmo tempo nas lutas, algo que acabou não vingando em jogos posteriores.

O sistema Active Time Battle em diferentes jogos da série Final Fantasy. Ele foi o sistema padrão até a chegada de Final Fantasy X, onde a série começou a experimentar mais nos sistemas a cada novo jogo.

Já a chegada de Tokita como projetista é sentida no tom do jogo, que passou a ter um tom muito mais dramático e desenvolvido do que os jogos anteriores, incluindo dramas pessoais dos personagens, sacrifícios heróicos e etc. Com certeza isso se deve ao fato de que Tokita planejava ter como carreira, ser um ator de teatro. Seu envolvimento com a série Final Fantasy porém, acabou alimentando nele o desejo de ser um grande criador de jogos. A empolgação de Tokita era tanta que o que ele planejou para o jogo esbarrou na limitação de memória do cartucho. Com isso, cerca de 3/4 das ideias que ele teve para o roteiro tiveram que ser cortadas.

Final Fantasy IV voltou a ter personagens predefinidos e backgrounds aprofundados. Na artwork vemos Kain Highwind, Rosa Farrell e Cecil Harvey

O jogo foi muito bem recebido pela crítica pois excedia em todos os pontos possíveis os jogos anteriores da série. Graficamente houve um salto devido a mudança para a geração de 16-bits e essa melhora também foi acompanhada por uma excelente trilha sonora de Nobuo Uematsu – que aproveitou o hardware mais potente para entregar uma trilha sonora tão caprichada que chegou a ser utilizada em escolas de música no Japão. Agora você entendeu porque a Square decidiu apostar suas fichas neste jogo ao invés de lançar Final Fantasy II e III no ocidente, certo?

Com o passar dos anos Final Fantasy IV acabou sendo um dos jogos da série que mais vezes foi relançando, contando com mais de 12 versões diferentes. Curiosamente apenas em 2001 a confusão do nome foi resolvida no ocidente, quando o jogo foi lançado oficialmente como Final Fantasy IV para Playstation, parte da coletânea Final Fantasy Chronicles. Nesta coletânea o jogo ganhou até mesmo sequências em CGI e apesar do nome, o jogo que o acompanhava era o aclamado Chrono Trigger.

Entre tantos relançamentos, podemos destacar a versão de Gameboy Advance chamada Final Fantasy IV Advance que faz pela primeira vez uma tradução mais fiel do script original do jogo – livrando-o de uma série de censuras, além de trazer novos chefes e conteúdos e também a versão para Playstation Portable chamada Final Fantasy IV: The Complete Collection que tem gráficos totalmente redesenhados, acompanhado da sequência do jogo chamada Final Fantasy IV: The After Years e também de um episódio inédito chamado Final Fantasy IV: The Interlude, que faz a conexão entre os dois jogos.

Outro grande destaque foi o Remake em 3D feito para Nintendo DS como parte das celebrações de 20 Anos da série Final Fantasy. Este Remake teve um script totalmente reescrito e permitiu que algumas ideias de Takashi Tokita que foram cortadas do jogo original fossem restauradas, além de incluir algumas cenas novas, cutscenes com dublagem e mudanças no sistema de jogo.

Por fim, em 2021 a Square Enix lançou o Final Fantasy IV Pixel Remaster, uma versão remasterizada do jogo com sprites redesenhados por Kazuko Shibuya, a artista responsável pelos sprites dos jogos originais da série. Esta versão permite aos jogadores ter uma experiência mais próxima do jogo original do Super Nintendo, porém com o script refinado, sem as censuras da época e algumas outras melhorias – como uma trilha sonora orquestrada.

Ficha Técnica

LANÇAMENTO ORIGINALPLATAFORMASMETACRITIC
Japan 19 de Julho, 1991
United States 23 de Novembro, 1991
Super Nintendo;
Sony Playstation;
Sony Playstation 4;
Nintendo DS;
Nintendo Switch;
Playstation Portable;
Steam PC; Ouya;
Android e iOS.

Introdução da história

Cecil Harvey é um Dark Knight (Cavaleiro Negro) e capitão dos Red Wings, a frota de Airships da capital de Baron. Após retornar de uma missão onde deveria extrair o Cristal da Água da pacífica cidade de Mysidia – ferindo pessoas inocentes no processo, Cecil começa a questionar as ordens do Rei. Como punição por questionar o rei, ele é destituído do seu posto de capitão e enviado em uma nova missão juntamente com seu amigo de infância, o Dragoon Kain Highwind.

Mas o que seria um simples trabalho de entregar um artefato em um vilarejo, se mostra uma armadilha mortal. O vilarejo de Mist acaba sendo destruído por criaturas que saíram do anel enviado pelo Rei de Baron. Apenas uma criança sobrevive ao ataque, Rydia que acaba invocando uma poderosa criatura conhecida como Titan, que causa um enorme terromoto onde Cecil acaba desacordado e separado de Kain.

Após mais este trágico acontecimento, Cecil acorda e leva a jovem Rydia – que estava ferida, para uma estalagem próxima. Soldados de Baron aparecem para tentar terminar o serviço mas Cecil a protege. Depois disso Cecil está totalmente decido a investigar o que está acontecendo e buscar redenção por seus crimes cometidos em nome do rei.

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